Tenho acompanhando que a ascensão dos agentes de inteligência artificial (IA) está redefinindo o cenário do varejo digital, impulsionando uma transformação significativa na evolução da Retail Media, uma pauta ainda não discutida nos últimos eventos nacionais. À medida que os consumidores/shoppers adotam assistentes virtuais para realizar compras, os varejistas enfrentam o desafio de adaptar suas estratégias para atender não apenas aos humanos, mas também aos bots. Essa mudança exige uma reestruturação completa das táticas de marketing, priorizando dados estruturados, experiências conversacionais e integrações inteligentes ao longo de todo o funil de vendas, principalmente com o declínio do Search Ads sustentados por palavras-chave.
Os agentes de IA, como assistentes virtuais e bots de compras, estão se tornando intermediários essenciais entre marcas e consumidores. Grande parte dos CMOs das grandes marcas CPGs ainda não acordaram para essa demanda gigantesca e avassaladora. Capazes de analisar preferências, comparar preços e tomar decisões de compra, esses agentes representam uma nova categoria de “clientes” que exigem abordagens específicas. Empresas como o Walmart já estão se preparando para essa realidade, reconhecendo a necessidade de interagir eficazmente com esses sistemas autônomos.
A integração de agentes de IA no funil de vendas permite uma personalização sem precedentes. Desde a atração até a conversão, esses sistemas analisam dados em tempo real para oferecer recomendações precisas e interações contextuais. Isso resulta em jornadas de compra mais fluidas e eficientes, aumentando as taxas de conversão e a satisfação do cliente. Entregam processo de conveniência que substitui as navegações por enormes sortimentos em marketplaces e ecommerces. O shopper realmente quer “perder tempo” em navegar por muito tempo no processo de pesquisa e consideação em grandes ecommerces?
A tradicional busca por palavras-chave está sendo substituída por interações conversacionais mais naturais. Agentes de IA utilizam processamento de linguagem natural para entender intenções e contextos, proporcionando resultados mais relevantes e personalizados. Essa evolução exige que os varejistas adaptem seus conteúdos para serem facilmente interpretados por esses sistemas, priorizando informações estruturadas e semânticas claras.

A Importância dos Dados Estruturados: A Base para a Interoperabilidade
Dados estruturados são fundamentais para que agentes de IA compreendam e interajam eficazmente com os sistemas de varejo. Eles permitem que informações sobre produtos, preços e disponibilidade sejam facilmente acessadas e interpretadas, facilitando a comunicação entre diferentes plataformas e agentes. A adoção de padrões como o protocolo Agent2Agent (A2A) é crucial para garantir essa interoperabilidade, permitindo uma troca de informações segura e eficiente entre sistemas diversos.
O varejista nacional e global já está estruturando seus dados para adotar padrões como o protocolo A2A, garantindo troca inteligente entre os sistemas conversacionais e sistemas de gestão de preços, estoques e catálogo de produtos?
Preparando-se para o Futuro: Estratégias para Varejistas
Para prosperar nesse novo cenário, os varejistas brasileiros devem agir rapidamente nesse novo cenário que impactará diversos processos e resultados de ecommerce, CRM e retail media. Pra isso, os CTOs e CIOs precisam sair da narrativa de alto custo, baixo impacto em resultado e baixa relevância para o negócio no médio prazo. Deverá adotar uma mentalidade de IA, ou seja, integrar agentes de IA em todas as etapas do funil de vendas, desde a atração até o pós-venda. Além disso, deverão investir em dados estruturados – organizar e padronizar informações para facilitar a interpretação por sistemas autônomos. Precisarão testar e priorizar experiências conversacionais, desenvolvendo interfaces que permitam interações naturais e contextuais com os consumidores. Deverão correr para implementar protocolos de comunicação, adotando padrões como o A2A para garantir a interoperabilidade entre diferentes agentes e plataformas. Por último, monitorar e adaptar estratégias, avaliando permanentemente o desempenho das interações com agentes de IA e ajustar as abordagens conforme necessário.
A integração de agentes de IA no varejo está transformando profundamente as estratégias de Retail Media em toda a jornada full funnel, não somente no conversacional. Para se manterem competitivos, os varejistas devem abraçar essa mudança, adaptando suas operações para atender tanto aos consumidores humanos quanto aos agentes autônomos. Ao investir em dados estruturados, experiências conversacionais e interoperabilidade, as empresas estarão melhor posicionadas para prosperar na era do comércio baseado em IA.